quinta-feira, 17 de setembro de 2009

"Mente do Despertar"


Fulano, um amigo que começou a praticar zazen recentemente, com empolgação, perguntou-me sobre qual seria meu objetivo, ou o objetivo da CZBF, em fazer o zazen no parque.

A minha resposta foi "objetivo nenhum", mas não foi propositalmente uma "resposta zen", nem tampouco uma maneira enigmática de deixá-lo pensando sobre o zazen que não serve para nada. Foi somente uma forma de dizer: "a sua pergunta não se aplica, pois não se trata de objetivos".

É mais uma questão de motivação. Eu poderia rascunhar, certamente, alguns objetivos desta prática: as pessoas se familiarizando com alguém sentado em zazen, chamar a atenção, fazer propaganda da CZBF, mostrar às crianças que zazen não é estar morto ou perneta, e assim vai. Até pensei em sentar com uma plaquinha de papelão ao lado, com um slogan como "zazen é bom pra você", ou qualquer coisa, a la Deshimaru rōshi, como me contaram recentemente. Quem sabe.

(Sicrano, outro amigo, questionou: "não é você que diz que o zazen é bom para nada? Como pode botar uma plaquinha dizendo 'zazen é bom pra você'? É contraditório." Ora bolas, estou cercado de pessoas perguntadeiras :D E quem disse que o zazen não serve para nada foi Kōdō Sawaki rōshi, eu sou apenas um papagaio.)

A motivação, contudo, não necessita de explicitar um ou mais objetivos. É evidente que algumas pessoas podem sentir vontade de fazer zazen simplesmente vendo outra pessoa; não se pode menosprezar isto. No último domingo, sentado sozinho, ao me levantar ao término do zazen vejo uma senhorita sentada no banco, uns 10 metros ao lado, aparentemente meditando ou relaxando depois do seu cúper.

Além do mais, o parque é delicioso, com ou sem mosquitinhos. Ornitólogos ou amantes de passarinhos são especialmente convidados.

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